03/07/2024 10:29:00

PSICOLOGIA: Tribunal de Justiça entrega Prêmio Juíza Glauciane Chaves de Melo a vencedores e Fasipe é ganhadora de uma categoria

Autor: Gustavo Volman / Poder Judiciário do Mato Grosso
Os vencedores do Prêmio Juíza Glauciane Chaves de Melo foram agraciados com a premiação em solenidade, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
 
A presidente do TJMT, desembargadora Maria Helena Póvoas e a vice-presidente, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, entregaram as placas simbólicas da premiação aos vencedores.
 
“Nós tivemos grandes parceiros nessa caminhada. Esses parceiros estão sendo reconhecidos dentro e fora do Judiciário com o prêmio que leva o nome da magistrada que foi morta pelo ex-marido dentro das dependências do fórum. Nós resolvemos homenagear não só a magistrada que perdeu a vida, como também esses setores que colaboram e muito com nosso intuito de entrar nessa maratona de minimizar esse ritmo crescente da violência contra a mulher, embora ainda há muito o que se fazer”, pontuou a presidente Maria Helena.
 
Na categoria Magistrado/Magistrada, a juíza Débora Pain Caldas, da 2ª Vara Criminal de Sinop, foi a vencedora com o projeto “Blitz educativa: a Justiça nas ruas para prevenir a violência contra a mulher”.
 
“Eu recebo esse prêmio com muita felicidade, em nome de todos os integrantes da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher de Sinop. São mais de 30 integrantes que atuam conjuntamente para que esse projeto seja uma realidade e que ele tenha o alcance que nós desejamos, que é de realmente conscientizar a população e diminuirmos os índices de violência contra as mulheres”, afirmou a magistrada.
 
A juíza também representou os vencedores da categoria Empresa Privada, cujo prêmio foi concedido à faculdade Fasipe Centro Educacional com o projeto “Grupo Reflexivo para homens em situação de violência doméstica com atendimento psicológico na comarca de Sinop”, que é realizado em parceria com o Poder Judiciário no município.
 
“Esse projeto tem o objetivo de trabalhar os homens em situação de violência doméstica, para que eles sejam esclarecidos sobre seu papel na sociedade moderna, sobre os malefícios da violência contra a mulher e também possam refletir sobre tudo que aconteceu e sejam trabalhados sob o ponto de vista psicológico, emocional e estrutural”, destaca a juíza Débora Paim.
 
Na categoria Imprensa, as vencedoras foram a TV Centro América, com a reportagem “Mato Grosso é o estado com mais medidas protetivas; fique atenta aos sinais que podem levar ao feminicídio”, e a jornalista Bruna Barbosa com a reportagem “Ela sobreviveu a seis facadas do ex e hoje ajuda outras mulheres”, publicada no site Midia News.
 
“É legal como imprensa receber esse tipo de prêmio porque nos incentiva a continuar abordando esse assunto e nos incentiva a investir em histórias mais difíceis. Nós escolhemos o tema porque é muito pertinente. Infelizmente é algo que estamos tratando cada vez mais na TV. É um assunto pesado, que as mulheres sempre têm medo de falar e dar entrevista, mas muito necessário”, observa a produtora Thais Teles, vencedora ao lado dos colegas Suelen Alencar, Américo Neponuceno, Camila Freitag e Israel Baumann.
 
Na categoria Instituição Pública, o prêmio foi concedido à Polícia Militar de Mato Grosso, representada pela coronel Francyanne Siqueira Chaves Lacerda. A iniciativa da PM consiste no Programa Apoio, Programa Interno de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.
 
“Esse é um projeto que a Polícia Militar pensou, elaborou e estudou para poder implementar voltado especificamente para o nosso público interno, que são os policiais militares que lidam com os homens em situação de violência doméstica. Temos a preocupação de oferecer um trabalho para esse público, com assistência psicológica, assistência social, para que possamos dar palestras com esses profissionais e com isso mudar a mentalidade e a conduta dos homens”, explica a coronel.  
 
Na categoria Organização Não Governamental, três instituições foram vencedoras: Associação Lírios (Liga de Reestruturação das Irmãs Ofendidas no seu Sentimento), de Várzea Grande, Associação de Apoio à Patrulha Maria da Penha e Lideranças Sociais de Sinop (Amaplis) e Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra Mulheres de Barra do Garças e Pontal do Araguaia.
 
“Nosso projeto é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido há mais de nove anos em Barra do Garças com uma finalidade interinstitucional e multidisciplinar. Temos cinco eixos de atuação com diversos trabalhos visando um melhor acolhimento e atendimento às vítimas. Através de uma construção coletiva e solidariedade, alcançamos um manual com todas as ideias propostas que possam ajudar as mulheres a procurarem seus direitos e outros municípios a expandirem esse manual”, explica a promotora de Justiça Luciana Rocha Abrão David.
 
O Projeto Borboletas auxilia o trabalho da Polícia Militar de Sinop com as mulheres vítimas de violência, seus filhos e familiares, por meio de atendimentos psicológicos individuais e oficinas das emoções. “É um trabalho que tem surtido muito efeito. Nós nos sentimos muito felizes porque vemos que adolescentes mudam de perspectiva de vida, os idosos encontram apoio. Atendemos uma média de 200 mulheres por ano e começamos em 2019”, conta a presidente da Amaplis, Jheth Jeanne Martins da Silva Araujo.
 
“Nós trabalhamos em Várzea Grande há nove anos atendendo mulheres e meninas vítimas de violência. Criamos o projeto com atendimento psicossocial dessas vítimas. Elas são acolhidas pela assistente social, encaminhadas para tratamento terapêutico com acompanhamento de psicóloga especializada em violência doméstica e sexual e elas fazem esse tratamento até receberem alta. Nós já atendemos mais de 13 mil meninas e mulheres nesses nove anos”, conta a diretora da Lírios, Maria Fernanda Figueiredo.
 
Na categoria Cidadã/Cidadão, a estudante de Direito de Rondonópolis Jhenifer Silva Parreira foi a vencedora com um vídeo publicado no Instagram e no TikTok sobre a violência de gênero, com mais de 11 mil visualizações. “Eu já tinha o conteúdo em mente porque é o tema do meu TCC, que aborda o feminicídio em época de pandemia. É um tema que está sempre acontecendo, precisa de visibilidade, então eu quis levar para o Instagram e mostrar para as pessoas que elas podem procurar incentivo, ajuda e denunciar. É um sentimento de muita gratidão e felicidade porque eu tinha medo de falar do assunto e não imaginava que teria essa repercussão”, afirma Jhenifer.
(66) 9 9657-5964